terça-feira, 2 de abril de 2013

Review - Episódio 3x01 "Valar Dohaeris"


Um insosso começo para uma temporada promissora.

Não há duvidas de que “A Tormenta de Espadas”, terceiro livro d’As Crônicas de Gelo e Fogo, é o melhor livro da saga, e que, inspirada nele, a terceira temporada de “Game of Thrones” tem material suficiente para ser também a melhor temporada. Mas a sensação foi a de que, pelo menos neste primeiro episódio, ela não mostrou a que veio, e tem muito mais a oferecer do que as tramas mostradas aqui.

Valar Dohaeris se concentrou em poucos núcleos da história, a maioria deles dando continuidade aos eventos da batalha da Água Negra, e acabou deixando de fora personagens queridos do público, como Arya e Jaime. Mas o maior defeito do episódio foi também sua maior qualidade: ao se focar em menos tramas, “Game of Thrones” deu mais tempo de tela para cada personagem, possibilitando que suas histórias fossem mais bem apresentadas e desenvolvidas.

Daenerys, por exemplo, teve muito mais tempo de tela neste episódio do que em grande parte da segunda temporada, onde estava restrita a aparições rápidas em cada episódio. Ela finalmente está perto de conseguir o exército que tanto precisa para conquistar Westeros, mesmo que para isso tenha que passar por cima de suas convicções de não querer fazer escravos (afinal, ela mesma se sente uma escrava, vendida pelo próprio irmão em troca de um exército que ele acabou não obtendo).

Do outro lado da Muralha, Jon finalmente se encontra com Mance Rayder (Ciáran Hinds, em interpretação que quase me faz esquecer seu trabalho cafona em “Political Animals”) e convence o líder selvagem a abrigá-lo afirmando que está contra a Patrulha da Noite por eles “fecharem os olhos” para a aliança do selvagem Craster com os Caminhantes Brancos. Aparentemente, Mance comprou a história de Jon, mas o jovem ainda deverá ter alguns problemas com os selvagens, em especial o mal-encarado Tormund “Terror dos Gigantes”. Por falar em gigantes, fiquei surpreso (e muito satisfeito) com a aparição dessas criaturas.

Mas as melhores cenas do episódio foram mesmo em Porto Real, desde o tenso diálogo entre Tyrion e seu pai (cujas palavras duras deverão ser mais uma motivação para o anão tentar ajeitar as coisas na realeza) até as alfinetadas entre Cersei e sua nova nora Margaery, que pretende conquistar a população com uma simpatia que falta à rainha regente e seu filho.

O episódio termina com mais uma tentativa de assassinato a Daenerys e o retorno de Sor Barristan Selmy, sumido desde o final da primeira temporada. Nos livros, a revelação do personagem só é feita bem mais à frente, mas isso seria difícil de se fazer na série, e a saída encontrada pelos roteiristas foi muito boa. Claro que alguns fãs mais xiitas irão “torcer o nariz” para as mudanças feitas, mas eu particularmente acho todas elas muito bem vindas, desde que mantenham o espírito dos livros.

Em si, Valar Dohaeris pode não ter sido um grandioso começo e temporada, mas quem já conhece os livros perceberá no episódio o início de algumas tramas que terão grande importância no futuro, como o desenvolvimento da relação entre Petyr e Sansa, ou a submissão de Stannis à Melisandre, culminando com a prisão de seu amigo fiel Davos (que muitos acreditavam estar morto) por desafiar o poder da sacerdotisa.

Ah, e não poderia me esquecer da pergunta mais pertinente: mais alguém achou que eles maneiraram na dose de peitinhos? =P

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